segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O TELEGRAMA DO TUDO OU NADA... OU O CONTO DO VIGÁRIO



( Vale a pena perder uns minutos, porque a história é interessante)

Policarpo estava desempregado há meses. E com a resistência que só os Portugueses têm, ele foi tentar mais uma vez arranjar emprego, noutra entrevista. Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha exactamente o perfil desejado, as virtudes ideais e perguntou-lhe: - Qual foi seu último salário, sr Policarpo?
- Foi o salário mínimo,sr. Doutor.
- Pois se o senhor for contratado, ganhará 10 mil € por mês!
- A sério, Doutor?
- Que carro é que o senhor tem?
- Olhe agora, de verdade, só tenho um carrinho para vender Cachorros na rua e um carrinho de mão!
- Pois se o senhor vier a trabalhar conosco ganhará um Audi para si e um BMW para a sua esposa! Tudo novo!
- A sério?
- O senhor viaja muito para o estrangeiro?
- Não Doutor, o mais longe que eu fui, foi a França, visitar uns parentes da minha mulher...
- Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc.
- A sério?
- E digo-lhe mais... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com a Administração, mas é praticamente garantido. Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor
NÃO receber um telegrama nosso a cancelar, pode vir trabalhar na segunda-feira com todas estas regalias que eu citei. Então já sabe: se NÃO receber um telegrama a cancelar até à meia-noite de amanhã, o emprego é seu!
Policarpo saiu do escritório radiante, a pular de alegria. Agora era só esperar até à meia-noite da 6ª feira e rezar para que não aparecesse nenhum telegrama. Sexta-feira mais feliz não poderia haver. Reuniu a família e contou as novidades da entrevista de emprego.
Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa à base de muita música. Sexta-feira de tarde já tinha um barril de cerveja aberto. Às 21 horas da noite a festa fervia.
A banda tocava, o povo dançava, a bebida escorria pelas goelas abaixo. 22 horas, e a mulher do Policarpo estava aflita, achava aquilo tudo um exagero... A vizinha boazona, interesseira, já se roçava no Policarpo.
E a banda tocava!
E a cerveja escorria gelada!
O povo dançava!
às 23 horas, Policarpo já era o rei do bairro. A gastar uma fortuna, para o bairro encher a pança. Tudo por conta do primeiro salário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio assustada , com aquilo tudo..
Às 23 horas e cinquenta e cinco minutos... Depois de virar a esquina do bairro, a buzinar feito maluco, chegava um indivíduo numa motorizada vermelha. Era um funcionário dos Correios.
A festa parou! A banda calou-se! A tubagem engasgou-se! Um bêbado arrotou! Uma velha desmaiou! Um cão uivou!
Meu Deus, e agora? Quem iria pagar a conta da festa?
- Coitado do Policarpo! Era a frase mais ouvida.
- Atirem àgua à churrasqueira!
A cerveja aqueceu!
A mulher do Policarpo desmaiou!
A motorizada parou!
O funcionário dos CTT desceu da motorizada e dirigiu-se ao Policarpo:
- É o sr Policarpo dos Anjos Fonseca?
- Si, si, sim, so, so, sou eu...
A multidão não resistiu...
- OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!
- Tenho um telegrama para si, disse com voz fúnebre o funcionário dos Correios.
Policarpo não acreditava... Pegou no telegrama, com os olhos cheios de lágrimas, ergueu a cabeça e olhou para todos. Silêncio total. Não se ouvia sequer uma mosca!

Policarpo respirou fundo e abriu o envelope do telegrama a tremer, enquanto chorava, molhando o telegrama.
>Olhou de novo para o povo e a consternação era geral. Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler. O povo em silêncio aguardava a notícia e perguntava-se em sussurro:
- E agora? Quem vai pagar esta festa toda?
Policarpo recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava... Então, com um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico:

- A minha mãe morreeeeuuu!
- A minha mãe morreeeeuuu!!!!!!!
- Podem continuar com a festa!

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial