quarta-feira, 20 de abril de 2011

A VERGONHA OU A DENÚNCIA?



VALE A PENA MEDITAR NESTAS NOTÍCIAS:
"As cascatas de mentiras que jorram da boca dos políticos nacionais, profissionais ou amadores, que afinal sabiam o que juraram não saber, fazem o que juraram não fazer e contradizem o que juraram defender. Mas também a desfaçatez dos empresários que pregam moral mas nem sequer pagam os seus impostos. Ou a oca altivez de quem reclama a mais exigente pose moral mas não perde a oportunidade de ganhar uns euros à conta de um favor de um banqueiro amigo.

Todos nos perguntamos como deixámos as coisas chegar a este ponto, em que não podemos acreditar nos governantes, mas também não podemos acreditar na oposição, nem podemos acreditar que as eleições tragam uma brisade honestidade.

Em que o Presidente da República lança bocas da geral e desaparece quando há traba lho sério a fazer.

Em que os bancos acumulam juros fabulosos enquanto o país de arruina, mas pedem esmola ao Estado e roubam impostos ao povo como um Robin dos Bosques ao contrário.

Em que os empresários só aparecem para se queixarem do desperdício dos investimentos públicos depois de terem metido ao bolso o dinheiro dos investimentos públicos e quando têm a certeza que a fonte secou.

Em que todos os ex-governantes ( e os ex-ministros das Finanças, em particular)vêm para a praça pública queixar-se dos actuais governantes e garantir que todos eles sem excepção governaram com escrupulosa honestidade e inexcedível competência e deixaram o país melhor do que o encontraram. Não haverá limite para a lata dos ex-ministros das Finanças? Não há.

As páginas dos jornais são colecções de histórias de terror e as sa´das que discutimos para a crise são ou fazer "greve à democracia"(Marinho Pinto), ou voltar atrás no tempo e não fazer o 25 de Abril(Otelo) ou apostar na democracia directa em vez da democracia representativa(Otelo bis). A política já acabou? Estamos em plena farsa? Qual é o gesto político a fazer? Impugnar os partidos? Greva à democracia como quer o bastonário dos Advogados? Desobediência civil?Emigrar?

O que fazer quando os partidos do "arco do poder" se tornaram coios de salteadores e usurpam a República?

O que fazer quando nos obrigam a escolher entre Sócrates e Passos Coelho para primeiro-ministro? O que fazer quando nos querem obrigar a escolher entre um Governo de bananas liderados por um aldrabão ou um governo de aldrabões liderados por um banana?

O que fazer quando nos obrigam a escolher entre a forca e a guilhotina.

O que se pode fazer? Há algo de que não se pode abdicar: do protesto, da denúncia e da voz. Pelo menos, poderemos dizer aos nossos filhos que há uma vergonha que não merecemos: a de nos termos calado. Essa vergonha cai inteira sobre os submissos militantes dos partidos que escolheram e nos propões esta forca e esta guilhotina."

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