quarta-feira, 30 de junho de 2010

A CRISE E AGORA?



Em 2004, o Dr.Mário Soares escreveu um livro com o título " A CRISE E AGORA?,onde muitos factos nele relatados são actuais. Transcrevo alguns:

- " A situação económico-financeira de Portugal é má. Não iremos cumprir as metas de convergência que o Programa de Estabilidade Europeu nos impõe.Com efeito, não há qualquer sintoma de retoma à vista. O desemprego continua a subir. A situação social é de grande crispação. Há uma visível crise de confiança em Portugal: no Governo, na Oposiçao, nos Partidos, nas Instituições, na Justiça, nas políticas, em áreas cruciais como: a Educação, a Cultura, a Ciência, a Saúde, a Segurança Social, a Segurança dos Cidadãos, os Media...

- 2004 vai fazer-nos sair da crise económica geral que nos tem vindo a fustigar nos últimos anos? Respondo, sinceramente: não creio. Pelo menos no que respeita à União Europeia.

- O diálogo institucional e a busca de um consenso alargado- « a falar é que a gente se entende», disse Juan Carlos- são o caminho, julgo, para a solução da crise instalada. Para Portugal, também, uma vez que a instabilidade de Espanha não nos virá ajudar nada, nesta península que partilhamos, cada vez mais integrada, economicamente, no quadro europeu.

- A demissão do primeiro-ministro português- para ir para presidente da Comissão Europeia- abriu uma crise política grave em Portugal. Às dificuldades financeiras, para cumprir as metas da convergência europeia, muito mal geridas, durante os dois anos de governo de Durão Barroso, acrescentaram-se, sucessivamente: uma crise económica ( paralisação do investimento, interno e externo, desemprego a crescer em flecha, cortes cegos em sectores fulcrais para o desenvolvimento, aumento inusitado da conflitulidade social, etc); uma crise social tremenda: e, ainda, uma crise cultural, com os protestos violentos contra os cortes do Governo, feitos em sectores fundamentais como: a educação, a ciência, a cultura, a investigação e a inovação tecnológica.
As promessas de reforma, anunciadas por Durão Barroso, ficaram todas por realizar, à excepção do novo Código de Trabalho, altamente contestado, aliás, pelas centrais sindicais e mesmo por algumas entidades patronais".

COMENTÁRIO: Uma visão muito ampla de Portugal e do Mundo, de um homem muito inteligente( goste-se ou não )que aos 85 anos de idade, continua a ser uma referência para todos os democratas que viveram períodos conturbados - em vários épocas- depois de Abril , onde Mário Soares esteve sempre "Presente".
- Sobre o que está escrito no livro, quero dizer que mudaram os actores mas o " filme " é o mesmo
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