A TRAGÉDIA DA ILHA DA MADEIRA

A ilha da Madeira viveu momentos trágicos no último Sábado. Atingida por um dilúvio, há que lamentar dezenas de mortes e muitos prejuízos. Citando a máxima de Marquês de Pombal, é altura de cuidar dos vivos.
Ou seja, garantir o socorro das populações isoladas, o realojamento dos que ficaram sem casa e reabrir as estradas. Esta é prioridade máxima. Depois, num segundo momento, vai ser necessário reconstruir as pontes e casas que ficaram destruídas.
Será altura de evitar alguns dos erros urbanísticos cometidos no passado. Na opinião dos meteorologistas, a Madeira viveu um fenómeno extremo e raro. Uma tempestade perfeita que dificilmente podia ser prevista. Ainda assim, é notório que as consequências negativas foram potenciadas pelos erros da construção civil. Importa aprender a lição e ser mais exigente no planeamento urbanístico.
A tragédia na Madeira está a motivar uma onda de solidariedade de todo o Continente, que deverá continuar nos próximos anos tendo em conta os esforços de reconstrução que vão ser necessários.
Nos momentos mais difíceis, os discursos políticos empolgados, que no passado sublinharam divisões, devem desaparecer, mas os responsáveis políticos da Madeira também devem contribuir para que isso seja uma realidade.

- Devo dizer que, além da perda de vidas humanas e dos prejuízos materiais, houve duas situações que me tocaram o coração, que foram as seguntes:
-Um senhor nuito humilde entrevistado para a televisão dizia: " A minha senhora está desaparecida e o meu filho de cinco anos já apareceu, está morto".
-Outro senhor entrevistado, numa reportagem que passou na TV à hora do almoço,lamentava-se:" Perdi a minha mulher com vinte anos e um filho de nove meses, bem como uma amiga nossa que nos ia socorrer".
Estas linhas definem o que é a gente simples que, nos momentos mais dramáticos das suas vidas, mostram ser dignos da nossa solidariedade.